sábado, 25 de setembro de 2010

Autoconhecimento


Ainda quero saber quando irei me cansar do cinismo das pessoas. Todo relacionamento falso é assim, decepcionante. Desconfio de tudo hoje, mas ainda resta um pouco de crença. Desafio o mundo e não os meus ideais. Tenho minhas ideias convictas. As vezes lanço ideias que não são minhas, para ter o prazer de ver a minha oposição desmontar-se.
Desconfio do mundo. Nem eu mesmo me confio, mas estou convicto que devo confiar. Talvez isso seja só o resultado de mais um livro de autoestima. Não vim para dizer o que agrada, vim para silenciar e se o meu silêncio incomoda, é porque tenho pensamento forte o suficiente para saber o que faço. Prefiro não viver as outras fantasias, vivo as minhas e sou assim, indiferente ao mundo. É fruto da minha descrença.
Já levei a sério muitas palavras e percebi que até os sentimentos mais sinceros não se sustentam se não possui ideias convictas. Canso de ouvir. Já vivi tantas coisas que nem imagino, já não sei se misturo a realidade com o que quero que aconteça. Mas essa é a minha realidade! O mundo não dá certo porque achamos que dá, ele dá certo porque corremos atrás. E sabe do que mais? Vou viver assim! Cheio de intensas emoções; no fim elas valem à pena. Faz parte de mim buscar viver como quero, assim acredito no mundo.
O que não acrescenta faz falta por ser só o essencial, o básico, o objeto de exposição. Não sou essencial. Sou mais além de todos os pensamentos, discordo de mim mesmo e no fim entro em acordo, o que vale é o que penso. Não importa o quanto você se esforça ou o que fez, haverá sempre alguém com inveja para dizer que não está bom, alguém que não se satisfaça com todos os cuidados. O mundo quer imperfeições, ou as criam para poder estampá-las em letras grandes.
Existe um desejo incansável de se destacar e mostrar o pouco que tem e para isso as pessoas fazem de tudo. É mais sábio não se envolver. Se não me exibo, sou um problema. Amo minhas convenções e as sigo para ser feliz. Mesmo o vento muda a direção, não sou do mesmo jeito para sempre, tomo novos rumos e amadureço. Quero estar à frente de mim mesmo.
E qual a razão de tudo sem a felicidade? A felicidade preenche o que nos falta. Mesmo que o que preenchesse antes fosse oco, um buraco à mostra é mais visível para a dor. De nada vale pensar em tudo isso...sou só eu, mas me satisfaço. Essa é a verdadeira felicidade, ter o que precisa valorizado todos os dias. É nisso que acredito.

Felipe Peixoto

Um comentário: