Algum dia você para e pensa: eu sou desse planeta? Talvez eu tenha vindo de alguma galáxia bem distante. Não, eu não estou enlouquecendo. Espero que de qualquer forma o universo de onde eu vim, permaneça intacto para que assim eu possa voltar. O problema é como chegar até ele. Percorrer distâncias gigantescas, encontrar na escuridão imensa pontos de luz que possam me guiar até os novos caminhos que quero traçar. Talvez a vida de todos se resuma a uma grande viagem espacial. Um problema é que quando mudamos, muda o mundo, mudam as pessoas, mudam os pensamentos e principalmente a maneira de agir. Eis uma complicação: o tempo não é o mesmo para todos no espaço! Para uma estrela que morre nesse instante, seus últimos raios foram ou os mais rápidos, ou os mais lentos; e infelizmente, não sou eu quem decido o tempo de cada ponto de luz no universo. Infelizmente alguns pontos apagam antes que possamos alcançá-los, e então só podemos chegar até eles através do brilho de outros astros, ou até mesmo nunca chegar a eles. Eis outro problema do universo: talvez nós apaguemos antes mesmo de conhecê-lo todo. Queria eu poder viajar em cada lugar, vendo cada explosão acontecer e admirar de perto cada luz emitida. Infelizmente não sou capaz de fazê-lo, assim como não sei se posso chegar ao lugar de onde vim.
É culpa desse universo sem fim, ir abandonando cada ideia em qualquer buraco negro e quando menos espero, não as tenho mais. Já me disseram que uma estrela é melhor que um cometa, porque ela mantém seu brilho durante muito tempo. Mas eu acredito que o cometa é melhor que uma estrela, pelo simples fato de ele ser mais alcançável e se aproximar, pelo fato de ele não ser algo que brilha, tão longínquo, por passar iluminando, bem mais próximo que uma estrela e mais intenso. Para aqueles que estão distantes, um pequeno risco momentâneo e para os que acompanham a mesma órbita, uma incrível viagem periódica.